As lembranças de outrora
são reflexos da aurora.
Os fulgores de que lembro
são flores de setembro.
Fico sempre a espera,
feito a primavera.
Concomitante às flores,
sinto odores, vejo cores...
E embarco: sem bagagem,
sem passagem, com miragem...
De repente, tudo faz sentido,
vejo o prisma colorido!
Mas é o fim da estação,
vem chegando o verão.
E em águas profundas,
meu barco afunda.
...o comandante não errou,
foi meu tempo que parou.
Fábio Rocha
RESPEITE OS DIREITOS AUTORAIS
"Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim".
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim".
(Carlos Drummond de Andrade)
Como é lindo esse poema.
ResponderExcluirParabéns poeta por tanta sensibilidade e beleza.
Beijo.
Fernanda.
Caríssimo Amigo,
ResponderExcluirObrigado pelo seu comentário. Também estou lhe seguindo.
Encontrei aqui uma bela página e carregada de uma cultura esplêndida!
Obrigado, amigo!
Fabio poeta da alma, tocas os corações.... com suas poesias maravilhosas.....difícil encontrar um poeta contemporâneo com o sol em sua alma, e a cultura nem é tanto, diria nada mesmo é um lixo mas um mal necessário para as elites. O IMPORTANTE É A SABEDORIA E ISTO VOCÊ TEM E ÉS ÍMPAR. UM BLOG SOBRE AS BOAS NOVAS DA SABEDORIA..... lindo vejo abrir as janelas da primavera no teu peito e os dedos desenhando palavras que formam versos que param o tempo sem hora de chegar...
ResponderExcluirLindos, muito lindos seus versos poeta, parabéns!
ResponderExcluirObrigada por seguir-me, será uma honra partilhar meus versos!
Bjsssssssssssss
Gena
Lindo poema...
ResponderExcluirSensivel e direto.
Obrigada por me seguir.
Estou retribuindo.
Apareça sempre que quiser.
Bom fim de semana.
Beijos
Olá amigo!
ResponderExcluirAgradeço a visita simpática em minha página e digo-lhe que gostei muito do seu blog também, com certeza voltarei mais vezes pois vi aqui muito talento!
Abraço fra.terno, Ester
vejo cores também em teus versos.
ResponderExcluirPoema forte e cheio de sensibilidade,,,as vezes nos sentimos assim mesmo,,,parados no tempo,,,ou o tempo parado em nós...abraços de bom final de semana.
ResponderExcluirOi Fábio! Passando para apreciar e admirar seus poemas. Este é muito lindo! Te desejo um belo fim de semana com muita alegria, amor e paz.
ResponderExcluirAbraços!
Carla Fernanda
Adoro a primavera, a temperatura mais amena, as flores, as cores, o perfume das flores tudo tão belo.
ResponderExcluirAdorei tbm o trecho de Drummond.
Beijosss
Belo poema e fragmento de Drummond!
ResponderExcluirPrimavera é minha estação preferida! Desperta meus sentidos e aflora minhas emoções (pena que não dure o ano inteiro!!). "Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera". (Cecília Meireles - Obra em Prosa)"
Às vezes não precisamos estar lado a lado para que o amor floreça, a ausência costuma agir como a sombra é necessária para uma flor desabrochar... E daí, ainda que os sentidos não estejam presentes, nós imaginamos! A ausência pode ser sentida como uma presença doída e doce que nos inicia na arte de sofrer bem e com classe. Tudo fica mais intenso, até quando não acontece nada, e quando acontece alguma coisa, sentimos a volúpia de que sempre será a última vez.
As paixões são como as ventanias que incham as velas do navio. Algumas vezes o afundam, mas sem elas não se pode navegar." (Voltaire)
Um beijo!
"As paixões são como as ventanias que incham as velas do navio. Algumas vezes o afundam, mas sem elas não se pode navegar." (Voltaire)
ResponderExcluirFaltou abrir aspas!
Muito obrigada pela visita, fiquei feliz!
ResponderExcluirAmei sou poema, tão doce. E me fez pensar quando o meu 'comandante' parou ..
Lindo (:
Beijos
Eu, meio sem jeito, rs, pela demora em vir aqui, porém, achei tudo lindo e acolhedor. Parabéns pelo poema, o tempo para se você não persistir. Obrigada pela visita, será sempre bem-vindo. Bjs
ResponderExcluirO seu escrever é belíssimo!
ResponderExcluirEu quando leio o que você escreve, ou o que você admira de um escritor famoso, eu me encontro...Me encontro por ter muito haver comigo.
Este poema de Carlos Drumont de Andrade mostra algo que em mim existe. Sobre a ausência de qualquer coisa que muitos seres desejam... Eu sei lidar com isto e não me sinto só, por sentir tudo e não precisar de ver.
Pode ser louco mas eu gosto da solidão, e nela tem tanta coisa em que me ocupo, imagino... Eu nunca estou sozinha e se tiver que falar com alguém dentro desta minha solidão, eu falo comigo mesma e todas as imagens que perto de mim estão, rsrsrs
"Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim."
E eu sou assim...
Fabio que bom que você gostou do que leu la no meu blog... Falei sobre ter segredos e me veio milhões de ideias sobre este assunto ao ponto de ter de deixar coisa sem escrever por perceber que já estava completo.
Beijos
P.S. Posso demorar a vir aqui, mas saiba que sempre venho!